No Coração do Dão
Paço dos Cunhas de Santar – Largo do Paço, Santar, tel. 232 945 452/ 965 667 899.
Cozinha de autor com base nos produtos regionais. Excelente garrafeira. Preço médio: €35
Em terras de Santar
Na pitoresca e vizinha povoação de Santar são outros os ambientes que nos acolhem – sofisticados –, mas igualmente ligados aos prazeres do palato. Dirigimo-nos ao Paço dos Cunhas de Santar, recuperado o ano passado pela Dão Sul e eleito “Enoturismo do Ano 2008”. Trata-se de um belo edifício setecentista que alberga um restaurante, loja de vinhos e winebar. É rodeado por jardins e pela senhorial Casa do Soito, que integra, ainda, 25 hectares de vinha, hortas, pomares e zona arbustiva. Nela se pretende fazer surgir um hotel de charme, condicente com o edifício já restaurado pelo arquitecto Pedro Mateus, com atelier no Porto, que realizou um notável trabalho de reabilitação desta estrutura, erguida à imagem do estilo renascentista italiano.
Apesar do peso da pedra e dos anos, a sensação é a de que se está num edifício contemporâneo – o que, em parte, é verdade, já que o interior foi concebido de raiz, com excepção do lagar. Essa dependência é agora uma sala destinada a encontros de empresas ou refeições para grupos até 120 pessoas ou workshops e provas de vinhos (aconselha-se marcação prévia).
Refira-se que a vizinha e mítica Casa de Santar, solar dos séculos XVII e XVIII, propriedade da condessa D. Tereza de Lencastre de Mello, há 15 gerações na família, está envolvida neste projecto de enoturismo, pelo que o espaço da adega, capela, cozinha velha, sala dos coches e jardins podem ser visitados. Trata-se de uma excelente forma para abrir o apetite, já que no Paço os jovens chefs Luís Almeida e Diogo Rocha, de 22 e 25 anos, respectivamente, nos irão provar porque são já uma referência na região. Propõem cozinha de autor com produtos tradicionais e pratos tão originais quanto peito de codorniz, trufa laminada e telha de cenoura, trouxa de mariscos acompanhada de creme de abóbora, emulsão de coentros e alho francês ou enrolado de polvo com legumes frescos salteados (a carta varia sazonalmente). Quanto às sobremesas, desde o creme de arroz-doce, com semifrio de canela e estaladiço de limão ao pão-de-ló, com sorvete de citrinos e hortelã, todas as escolhas são acertadas. Só tem um senão… deixam algum peso na consciência (pelo menos).
In "Revista: Rotas & Destinos" / Canas em Peso
3 comentários:
Caro Bloguista Tiago Sampaio,
As novidades que me dá!
O tanto que me surpreende e espanta!
Fala-nos de um Santar que nem consigo imaginar, visualizar e sou-lhe grato por tanta partilha e instrução.Teria tanto para lhe perguntar sobre este novo Santar que começo a temer não ser de facto aquele que julgo ser, tal é a diferença de representações e constatações mas receio maçar-vos com toda esta minha ânsia e agitação de quem à força quer preencher vazios de informação e de companhia.
Infelizmente, comprometimentos inesperados vão impedir-me de que durante uns dias acompanhe esta Vossa página. Não entendam por favor esta minha ausência como uma desatenção. Será antes um resfolegar para regressar a Vós com mais alento e rectidão de pensamento.
Até lá, deixo os meus cumprimentos.
O Amigo, Delfim
De ímpeto depreendi que todas estas novidades com que me presenteia trouxeram uma outra noticia que se antecipa menos agradável. Pergunto-lhe então Caro Bloguista Sampaio que é feito do Senhor Doutor Francisco de Amaral. Terá este bom Homem, lutador da Esquerda Nacional cedido às pressões capitalistas? E ao fazê-lo foi por necessidade ou convicção? Ou terá meu Caro Amigo algo de outra dureza para me relatar?
Receio não querer nem poder ficar aqui à aguardar as Vossas respostas. Voltarei dentro de dias para me confrontar com todas estas realidades.
Mais uma vez os meus cumprimentos, menos felizes porém
do Amigo, Delfim
Caros Bloguistas,
Regresso ansioso por informações mas reparo, e tal como receava que me deixam sem respostas. Porventura serão essas informações de uma dureza tal que se escusam a prestá-las por aqui?
Depreendo que a minha curiosidade Vos maça e por essa razão apresento as minhas desculpas.
Entendam e perdoem esta ansiedade de quem longe e saudoso busca instrução de uma terra que há muito deixou.
Os meus melhores Cumprimentos,
Delfim Marques
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