Sobre Santar...
Ao percorrer alguns arquivos que possuo, nomeadamente relativos a obras de infraestruturas eléctricas que acompanhei, descobri o relatório do IGESPAR que a seguir transcrevo sobre Santar.
“A zona histórica da vila de Santar, apresenta-se como um conjunto urbano delimitado por alguns edifícios residenciais e sua propriedade agrícola. Unidos por um eixo que permitiu a circulação e crescimento ao longo dos dois núcleos a zona do Largo da Torre e o Largo do Paço. No seguimento de obras de requalificação em várias ruas identificaram-se vestígios diversos, desde estrutura pertencentes ao século XVII, a vestígios cerâmicos e fragmentos de escória de época romana.
“A zona histórica da vila de Santar, apresenta-se como um conjunto urbano delimitado por alguns edifícios residenciais e sua propriedade agrícola. Unidos por um eixo que permitiu a circulação e crescimento ao longo dos dois núcleos a zona do Largo da Torre e o Largo do Paço. No seguimento de obras de requalificação em várias ruas identificaram-se vestígios diversos, desde estrutura pertencentes ao século XVII, a vestígios cerâmicos e fragmentos de escória de época romana.
Acompanhamento Arqueológico do Projecto de Requalificação na zona Histórica de Santar
Relatório Aprovado
No âmbito de obras de requalificação na zona histórica da Vila de Santar, efectuar o acompanhamento arqueológico dos trabalhos de escavação e abertura de valas para a colocação das infraestruturas.
De 05/03/2004 a 26/11/2005
Na rua do estremadouro, implantada sobre a provável vila romana que terá sido um dos primeiros eixos urbanos da vila de Santar. Identificaram-se vestígios de estruturas, nomeadamente de uma calçada com pedras de pequena e média dimensão, assentes sob o afloramento. A camada de assentamento da calçada em cubos de granito tem cerca de 30 cm, colocada na década de sessenta do século passado. Na rua da carreira identificou-se um nível de terras negras associadas a estruturas pétreas e escórias com fragmentos de tegulae. Na Avenida Viscondessa de Taveiro, foi possível observar restos de estruturas que poderão estar relacionadas com a fase construtiva da 1ª ala do solar, provavelmente de século XVII. Finalmente no Largo da Igreja da matriz , as terras que constituem o piso, que fazem parte do enchimento para regularização da área que formava o adro da Igreja, encontram-se misturadas com fragmentos de tegulae.”
Relatório Aprovado
No âmbito de obras de requalificação na zona histórica da Vila de Santar, efectuar o acompanhamento arqueológico dos trabalhos de escavação e abertura de valas para a colocação das infraestruturas.
De 05/03/2004 a 26/11/2005
Na rua do estremadouro, implantada sobre a provável vila romana que terá sido um dos primeiros eixos urbanos da vila de Santar. Identificaram-se vestígios de estruturas, nomeadamente de uma calçada com pedras de pequena e média dimensão, assentes sob o afloramento. A camada de assentamento da calçada em cubos de granito tem cerca de 30 cm, colocada na década de sessenta do século passado. Na rua da carreira identificou-se um nível de terras negras associadas a estruturas pétreas e escórias com fragmentos de tegulae. Na Avenida Viscondessa de Taveiro, foi possível observar restos de estruturas que poderão estar relacionadas com a fase construtiva da 1ª ala do solar, provavelmente de século XVII. Finalmente no Largo da Igreja da matriz , as terras que constituem o piso, que fazem parte do enchimento para regularização da área que formava o adro da Igreja, encontram-se misturadas com fragmentos de tegulae.”
3 comentários:
É-me sempre muito grato quando se me depara o pretexto para ficar a conhecer um pouco mais da nossa história.Não perco, por isso, a oportunidade de ler o que se diz e fazer pesquisa sobre a nossa tão querida Terra, Santar.
Já muito se escreveu acerca das suas origens o século em que aparecem os primeiros registos sobre a sua existência e/ou formação. Nunca se chega verdadeiramente a uma certeza, pois de tão antiga é-nos quase impossível abordarmo-nos do seu berço de nascituro ou mesmo posterior à sua nascença.
O Prof V.Serrão, cujo texto se encontra aqui digitado e que tive a honra de ser eu a tê-lo executado, não nos leva a uma conclusão taxativa, apenas nos dá vagas ideias, mas já com alguns séculos posteriores à imaginária época da sua fundação.
Todos sabemos que Santar tem o seu achamento antes de 1110, logo anterior e muito, à fundação do reino de Portugal, porém a sua história é muito mais lata porquanto o homem chegou à Península Ibérica bem cedo na história, no Paliolítico inferior trazendo as em abundância as suas culturas pré-Abbvillenses e já mais avançadas as culturas Abbvillenses - as mais antigas que os arqueólogos puderam até hoje caracterizar.
De norte a sul têm sido descobertas enormes jazidas de cultura do Paleolítico inferior. é, pois, natural que algumas delas se encontrem no subsolo desta zona do país se bem que estas culturas se tenham fixado com maior predominância na Estremadura e na bacia do Baixo Tejo.
Não me custa nada acreditar que nesta Zona de Santar se encontrem verdadeiros tesouros arqueológicos se se tiver em conta a vida nómada destes povos.
Também não puderemos esquecer que na era do ferro a que estava associado o bronze apareceram os Celtas e Iberos ricos em cultura logo seguidos dos Fenícios, os gregos, os cartagineses inundando a Península Ibérica de cultura romana. Ora sabemos que Veseo, hoje Viseu, foi uma zona onde prolifereram estes povos.
Daí, que o post do carissimo António, tenha vindo fazer-me rememoriar o pouco que aprendi e que devido aos anos está muito esbatido na minha memória, mas é sempre bom que haja alguém que com pertinência nos venha refrescar e pensarmos que não estamos mortos para o que é lindo, e a nossa terra é-o.
Um abraço
Faltou-me referir que este relatório é da responsabilidade de José Paulo Almeida Francisco do IGESPAR.
Tambem para quem não saiba, os fragmentos de tegulae, são fragmentos de "telha romana", evidenciando-se aqui a antiquissima ocupação das terras de Santar.
Senhora Isabel Tavares, gostei do seu registro, de repassar o passado de Santar. Devia continuar. Nunca é demais falar das nossas dignas e simples origens, principalmente nos dias de hoje. Talvez o desconhecimento da nossa História seja a razão da calamitosa situação a que chegamos.
Abraços do amigo
CAL
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