quinta-feira, 28 de abril de 2011

As Nossas Potencialidades Culturais...

… ou as potencialidades culturais de Santar e dos Santarenses, poderia ser este o título desta minha pequena escrita…

Mas afinal qual é o significado de cultura? Cultura é um acumular de vivências de significado social: linguagem, técnicas, valores, fé e gosto construídos colectivamente por um povo. A cultura é viva e plural, não é estanque. Cultura é construção e transformação constante da sociedade, sem deixar de descurar o seu passado e tradições.
Um povo que perde a sua cultura, a sua história, a sua memória ou os seus costumes perde a sua alma, fica sem identidade.

Santar, de á uns tempos a esta parte, tem sido palco de manifestações culturais de vária índole, graças á força, perseverança e muito boa vontade de alguns dirigentes associativos, associados e/ou apenas amigos desta vila.

Está de parabéns tal gente, que contra todas as adversidades e faltas de apoio, mesmo que apenas morais, tem contribuído para este “banho” de cultura que por Santar tem passado, sendo mesmo já reconhecido este mérito além concelho.

3 comentários:

Isabel Tavares,  29 de abril de 2011 às 10:01  

MEDITANDO

Há já algum tempo quue venho meditando no sentido que, pelo menos nesta última década, o povo em geral e particularmente em Santar, tem dado á forma de estar, pensar, obter e praticar, os seus conhecimentos culturais.
O post ora publicadao pelo António, trouxe-me à colação um turbilhão de ideias, recordações, saudades enfim, todo um rememoriar das muitas dezenas de anos que me passaram em cima.
Este post, aparece numa altura em que eu me interrogava porque estaria o Indigente a fenecer!?
Tenho para mim, que este local tem ajudado algumas pessoas a deixar escapar o seu sentido de vida o modo e a forma daquilo que, julgando que é apenas o corolário da educação recebida, é, também, tenho a certeza, o que através dos anos, de uma forma um pouco avulsa, foram adquirindo procurando capitalizar conhecimentos a vários níveis. O António sintetiza primorosamente em meia dúzia de linhas, o sentido da palavra "cultura".
Dizer agora quaisquer outras palavras sobre a cultura,seria nem mais nem menos do que duplicar aquilo que tão bem soube transmitir.
Só quero, comungar da mesma opinião no que se refere a Santar, às nossa gentes, aos valores que na última década têm desabrochado e que muito nos deve orgulhar.
Povo empenhando, amigo, colaborante, que está a mostrar que não se envergonha de ombrear com outras culturas porque nelas não bebeu, porém um povo quando tem sede vai à fonte, e em Santar se fez outro tanto. Orgulho-me de ver e sentir, estes valores que por aqui, discretamente, existem. Para mim estes são os valores mais puros mais genuínos. Santar tem disso. Há que trazer-los à liça porque são bons, porque merecem, e porque são nossos, são Santarenses e lutaram para a obtenção do seu saber, alguns a pulso e com férrea vontade.
Aproveito este ensejo, para deixar aqui o meu preito por tudo quanto me foi dado assistir em Domingo de Páscoa, no local escolhido pela ACI, a nossa Paróquia. Foram momentos de emoção. O que este "punhado" de jovens nos deram, merece um aplauso, não só pelos cânticos, mas também pela forma comportamental, a disponibilidade, a reverência do momento, o dar de si, partilhar da forma como o fizeram, discretamente e sem obliterar a grandeza da acção.
Obrigado.

Carla Costa,  30 de abril de 2011 às 14:23  

Senhor Neves e Dª Isabel

Sim, finalmente, também me parece, que os valores (re)começam a espreitar em Santar, ainda que cautelosos na sua simplicidade, mas seguramente de quem dá, com amor, tudo o que possui. Como diz o povo "Quem dá o que tem a mais não é obrigado".

Importa, por isso, naturalmente começando pela ACI ir (não mais longe) do que o inicio deste ano. Permitam que comece por referir a entrada do novo Pároco. Parece que fez renascer muita coisa.

Mas, retomando, voltámos a ver as fogueiras que vinham do Natal até aos Reis (que frio que estava) e a aquecermo-nos em família. Veio o aniversário da banda filarmónica (mau grado os constrangimentos sentidos pelos seus dirigentes); a serração da velha (um espectáculo - segundo dizem que não assisti), a sessão de fados na Misericórdia no Domingo de Ramos depois de uma maravilhosa benção, à moda antiga, no exterior da Igreja; as festas solenes da Semana Santa, com o grupo de canto privativo da Santa Casa. Depois o Domingo de Páscoa com a Missa e os Viscondes (que continuam a somar espectáculos) e os fados à noite na Carvalha.

Produção do povo para o povo. Custo de entrada em cada espectáculo: zero, porque foi tudo (e mais alguns que me possam ter falhado) feito por amor à nossa terra.

Bem Hajam

Carlos Liberto,  1 de maio de 2011 às 04:28  

Concordo. Não fosse a iniciativa, competência e muita paciência para aceitar críticas imerecidas, teria chegado às manifestações culturais dos Santarenses a mesma paisagem que vemos no campo, com fazendas abandonadas, invadidas pelo mato, com oliveiras e videiras sufocadas, chocante cenário de abandono e morte que, há muito tempo, deixava antever o futuro do País.
Que pena que o quase “fenecer” do indigente tenha deixado passar a cobertura dos eventos da Páscoa. Neste canto e recanto distante só posso imaginar, pela lúcida opinião da Senhora Isabel Tavares, um pouco do que aconteceu.

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