sexta-feira, 6 de maio de 2011





Vida Curta

Ao longo dos tempos tenho-me apercebido, eu e qualquer outro cidadão atento, que a maior parte das acontecimento e empreendimentos que surgem em Santar rapidamente se desvanecem. E o facto é que há sempre uma justificação, vejamos: evento hípico associado à primeira feira do vinho, foi pela primeira vez realizado em Santar, logo no ano seguinte (Influência política) foi levado para Nelas, sem grande sucesso, no entanto, ainda hoje uma vez por ano permanece, apenas, a feira do vinho; Escola de Condução, foi também por pouco tempo; Banco, experiencia falhada, os Santarenses continuaram a preferir ir a Nelas, talvez por ser “mais macio”; Hotel Rural alugado, rendas astronómicas, sol de pouca dura, e este também brilhava, mas é preferível estar fechado; pastelaria o Segredo dos anjos, igual motivo, rendas astronómicas, muda-se para Nelas. Entre outras coisas que rapidamente encerram, mas existem sempre justificações verdadeiras ou não.
De uma coisa temos a certeza, os santanenses adoptam sempre a eterna postura, mesmo quando têm o que precisam junto à porta preferem ir comprar igual, ao mesmo preço, fora da Terra, mesmo que a deslocação não se justifique.
Ainda não conseguiram perceber que quem faz crescer uma Terra são as pessoas que nela habitam que nela investem e que ajudam quem investe. Esta Terra tem provas monumentais de grandes homens que investiram, que lutaram para termos, o que ninguém nos pode tirar, património histórico, onde ainda hoje é bem visível a marca do seu trabalho.
E eu pergunto: - Onde estão estes Homens? Será que se perderam com os tempos? Tal como se perderam valores, como o respeito a solidariedade, a amizade a entreajuda, a honestidade, a responsabilidade o amor ao próximo? Enfim, penso que estas são algumas das consequências do progresso, que trouxe uma nova geração de amigos, os virtuais, e estes mal se conhecem. Como é que podem criar valores? São apenas amigos de si próprios. Sempre me disseram que os amigos cultivam-se, mas nesta fase, já nem se plantam. O interesse é sobretudo individual onde predomina o egoísmo e tudo gira em torno deste jogo de interesses.
Mas não podemos esquecer que foram os grandes homens, nossos antepassados, amigos dos seus amigos , aqueles que tinham “palavra de honra”, que à mais de um século, criaram em Santar marcos de referência, tais como a Farmácia da Misericordia, que dentro em breve irá também embora. Para onde? Adivinhem? Para Nelas.
E os santarenses que podem fazer? Vão ficar impávidos e serenos à espera de irem por arrasto? Ou vão fazer com que a Farmácia da Misericórdia em Nelas sinta a nossa falta?
Versões já ouvi muitas.
Que mais nos vão tirar...?

5 comentários:

isabel tavares,  7 de maio de 2011 às 14:17  

Fantástico!
Á 2 ou 3 anos, venho defendendo neste mesmo local, os valores que ao longo dos tempos se têm perdido. Nunca, que eu saiba, nenhum dos responsáveis por este sítio, veio em apoio das palavras que aqui fui deixando. Não "tugiram nem mugiram", perdoe-se-me a expressão.
Salvo duas ou três vozes de pessoas que aqui (ainda)vêm, dando razão e apoiando as minhas sugestões e/ou preocupações pelo rumo que Santar trilha. Porém, não temos força suficiente.
Há situações na vida em que o ser humano se apercebe de que o esquecimento não é, de forma alguma, irredutível, mas que autoriza a concluir pela existência de interesses inconfessados.
Neste meu desabafo, tenho vindo a ser forçada a desistir de pensar SANTAR.
Tudo quanto a indigente Elsa nos traz á colação já por mim própria foi escalpelizado. Onde é que se encontra o apoio Santarense?
Certo dia recebi de alguém anónimo, o reconhecimento das palavras que eu proferia eram sábias.
Não que não agradeço este público testemunho, não me serve porém, de consolação, pois que o que eu queria ler neste testemunho, eram soluções para as questões por minhas postas.
No post agora em questão, estão interrogações deveras pertinentes, mas também muito preocupantes.
Já deu para perceber que os Santarenses são exigentes, mas sofrem de grandes lapsos de memória que, muitas vezes, para esquecer o pedido de serviços precisos e necessários ao bem comunitário, ou não respondem e se respondem é da forma usualmente conhecida.
Tenho pena, sinto que Santar irá de mal a pior, pois que, quando os verdadeiros interessados não pugnam pela defesa do seu património, o património deixado pelos nossos antepassados, homens de fibra, de trabalho e de amor por tudo que faziam nesta terra bendita, será o grande capital, como já se vai verificando, que se irá apoderar da obra legada por santarenses de alma e coração.

Não tarda que em Santar apenas existam as linha de engarrafamento de vinhos, uma vez que o Hotel está ás moscas, a farmácia irá procurar novo mercado o que resta do posto médico também seguirá o mesmo destino só não levarão aquilo que é impossível de transportar que é o nosso património histórico.
Santarenses pensem, parem e pensem, arrajem soluções, usem os vossos conhecimentos a vossa cultura, por que a têm, em prol da defesa daquilo que é de Santar, da nossa terra.

PENSEM SANTAR

Carlos Aurindo 7 de maio de 2011 às 19:49  

@ colega Indigente
pertinente o teu post, no entanto tenho dois ou três reparos: o primeiro tem a ver com o facto do teu apelo não teres mencionado as "Mulheres", com M grande, que tardam em aparecer na vida publica santarense. em segundo, e como diz o velho chavão "o povo é quem mais ordena", os responsáveis dos cargos politicos/administrativos não têm sido capazes de direccionar Santar, têm sido timoneiros vazios de ideias mas cheios de interesses pessoais, que ofuscam o interesse colectivo, claro com as devidas excepções. em terceiro e ultimo, o povo gosta é de "porrada", tanto é assim que, nas ultimas eleições autárquicas votou da forma que todos nós sabemos, entregando os destinos da freguesia e concelho nas mãos de quem já tinha dado provas de que não estava á altura das exigencias.

como santarense, lamento profundamente o que se tem vindo a passar em Santar, mas, na minha opinião, é fruto da inercia dos ditos salvadores da pátria santarense.

SANTAR SEMPRE, com maus ou bons homens e mulheres.

cumprimentos

C.Liberto,  8 de maio de 2011 às 01:24  

Este blog é um bom exemplo do assunto em questão.
Cabe discutir (opinar) sua atuação?
Talvez se chegasse a um denominador comum.

Anónimo,  8 de maio de 2011 às 19:08  

Onde estão esses Homens? Esses homens foram ignorados esquecidos muitas vezes humilhados e até enxovalhados. Nunca houve gratidão ou solidariedade para com esses Homens e por isso agora os filhos desses homens aprenderam a não investir na sua terra.

Anónimo,  11 de maio de 2011 às 14:58  

Enxovalhados é pouco

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