sábado, 18 de abril de 2009

Mensagem

Por ser um mês dedicado à Santa Casa da Misericórdia de Santar acho que é viável trazer ao Indigente a problemática do grande e valioso Monumento que é a Igreja desta Santa Casa.
O estado de degradação torna-se, a cada dia que passa uma sombra que cresce e que se torna por isso, cada vez mais temível. Há, dentro e fora daquele maravilhoso edifício, de traçados arquitectónicos invulgares, belíssimos e influenciados por várias correntes artísticas, uma riqueza incalculável. Imponente tal como outras obras que presenteiam os nossos olhos, esta tem uma história particular, por se lhe associar os nobres valores de solidariedade e entreajuda que desde as esmolas D. Lopo da Cunha, à sopa dos pobres até às incomensuráveis Valências que servem todo o concelho, se fazem sentir.
Estou certa de que num pequeno instante de circunspecção, veremos que este é um problema que a todos diz respeito.
Santar é uma Vila farta, abastada, rica. Temos tudo e ao mesmo tempo não temos nada… as projecções para a Princesa das Beiras, para o cartão-de-visita deste concelho têm que passar pela reabilitação de obras como esta.
Na minha mentalidade contemporânea, de quem pouco sabe, entendo ser de valor a inovação e o progresso, sem deixar cair o que Senhores verdadeiramente Grandiosos ergueram com o rigor de traçados.
Não pretendo com este escrito evidenciar não mais que uma modesta mensagem de união entre todos, passando pela população e entidades competentes, uma mensagem que deve ser discutida de forma saudável e ponderada de modo a chegarmos a um consenso que honre os seus intervenientes.
Sirvo-me por isso do companheiro Indigente, que crescentemente se torna num espaço de discussão e até de deliberação. E porque as horas não esperam e correm aos nossos olhos sejamos apressados e enérgicos para, como os nossos antepassados, ficarmos perpetuados num tempo presente e futuro.

3 comentários:

Tiago Sampaio 18 de abril de 2009 às 21:31  

Sem dúvida que cada dia que passa mais "apodrece" aquela majestosa obra. Aquando das celebrações da 6ªfeira santa dirigi-me a uma das galerias (entrada junto á Farmacia) juntamente com um Indigente e deparámos-nos com vasos e baldes a servirem de depositos para as águas vindas do tecto.
Era de extrema urgência a reconstrução destes pormenores que o tempo não poupou, e se assim continuar a Misericórdia corre sérios riscos de ruir. Basta olhar do Largo da Senhora das Misericórdias e ver a curva que o telhado faz. E é uma pena... Se é...

Titá 21 de abril de 2009 às 11:00  

Não podia estar mais de acordo.

Preocupa-me o avançado estado de degradação da Misericórdia de Santar e acho urgente uma intervenção.

A quem cabe essa responsabilidade, não vou discutir, pois a urgência é tal que todos temos que arregaçar as mangas e encontrar solução rápida para a eminência de uma situação grave.

Tonhe,  22 de abril de 2009 às 09:06  

A Igreja da Misericórdia é um monumento classificado, pelo que as intervenções que se possam vir a efectuar tem que ter o acompanhamento do IPAR.
Segundo a arquiteta Drª Filomena Furtado, com a qual tive formação em restauro e preservação de edificios, isto em 2001, já tinha estado anteriormente em Santar, como técnica do IPAR,a avaliar as intervenções previstas para o edificio. Nessa altura não foram efectuadas as obras porque o IPAR não autorizou, pois tem que se respeitar as técnicas de origem, como sejam as pinturas em cal e não com tintas plásticas como na altura proponham.
Só foquei este ponto, para alertar que todo o processo para uam eventual recuperação do monumento, poderá ser muroso e não só uma questão de verbas, pois tem que se levar em conta e especificidade do edificio.

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