Pensamentos;
Bem e Corrupção
Vi claramente que todas as coisas que se corrompem são boas: não se poderiam corromper se fossem sumamente boas, nem se poderiam corromper se não fossem boas. Com efeito, se fossem absolutamente boas, seriam incorruptíveis, e se não tivessem nenhum bem, nada haveria nelas que se corrompesse. De facto, a corrupção é nociva, e se não diminuísse o bem, não seria nociva. Portanto, ou a corrupção nada prejudica - o que não é aceitável - ou todas as coisas que se corrompem são privadas de algum bem. Isto não admite dúvida. Se, porém, fossem privadas de todo o bem, deixariam inteiramente de existir. Se existissem e já não pudessem ser alteradas, seriam melhores porque permaneciam incorruptíveis. Que maior monstruosidade do que afirmar que as coisas se tornariam melhores com perder todo o bem?
Por isso, se são privadas de todo o bem, deixarão totalmente de existir. Logo, enquanto existem são boas. Assim sendo, todas as coisas que existem são boas e aquele mal que eu procurava não é uma substância, pois se fosse substância seria um bem. Na verdade, ou seria substância incorruptível, e então era certamente um grande bem, ou seria substância corruptível, e nesse caso, se não fosse boa, não se poderia corromper.
Por isso, se são privadas de todo o bem, deixarão totalmente de existir. Logo, enquanto existem são boas. Assim sendo, todas as coisas que existem são boas e aquele mal que eu procurava não é uma substância, pois se fosse substância seria um bem. Na verdade, ou seria substância incorruptível, e então era certamente um grande bem, ou seria substância corruptível, e nesse caso, se não fosse boa, não se poderia corromper.
Santo Agostinho, in 'Confissões'
3 comentários:
"Bem e Corrupção"
Milhões de pessoas têm arruinado as suas vidas com terriveis inquietações em virtude de se recusarem a aceitar o pior, por se terem recusado a aceitar a forma de naufrágio que ainda lhes seria possível evitar.
empenhados em amarga existência e violenta luta contra experiências que muitos vezes lhe são postas perante os olhos, mascaradas de boa vontade, quando não eram mais que vis armadilhas de corrupção.
O Homem, é por natureza um ser bom, com ideias assentes em determinados valores os quais fazem parte integrante da sua vida. No princípio da sua vida é isto que ele pensa e convence-se a si próprio destas regras verticais. Porém ao longo da sua vida, muita coisa se transforma, e aquele ser imbuído de paz de espírito, começa a tropeçar em escolhos que julga intransponíveis.
Mas como há homem bem formados, há também o reverso da medalha! Começam a vir ao de cima, as fraquezas do ser humano.
Sempre ouvi e li, que todo o homem tem um preço, por isso todas as classes que Stª Agostinho cita, elas existem, mas, só até certo ponto.
A corrupção é um veneno tentador, tão tentador que nem os mais ricos, os mais católicos os mais impolutos deixam de lhe resistir. Não há homens impolutos, há homens ambiciosos, corruptos e o que é pior acabam por corromper aqueles que na sua simplicidades, na defesa dos seus ideais resistem até esgotarem a sua última força, mas perante tudo com que o corruptor lhes acena, não resistem e caiem no pecado da corrupção.
Este é um mal que já existe desde que o mundo é mundo. Por isso eu disse: o Homem é um ser bom, mas fácilmente adulterado.
Para concluir este meu raciocínio, direi apenas, não deixará de existir corrupção, enquanto existir um corruptor.
bonito , bonito, é...
É bonito sim senhor, são comentários destes que uma pessoa gosta de ler.
Parabéns a quem o escreveu
Parabéns a quem fez o post só demonstra que se preocupa com o estado de honestidade da nossa nação infelismente um único ser não pode mudar o mundo.
Fernando Silvestre
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