

A crescente preocupação pela preservação do património originou um turismo específico que levou ao nascimento do termo turismo cultural. Termo muito conhecido actualmente e que é a chave para o desenvolvimento económico e social.
O conceito de turismo cultural é relativamente vasto e inclui áreas muito diversas, tais como, arte, arqueologia, etnologia, património monumental e edificado, gastronomia, festas, usos e costumes, património natural e agrícola, cultura oral, etc. Áreas que têm sido desenvolvidas localmente na criação de novas ofertas de lazer, como parte integrante de uma política de desenvolvimento sustentado.
Na implementação de um turismo cultural as visitas a museus, exposições temporárias, sítios arqueológicos e unidades etnográficas devem ser um complemento ao contacto directo com o meio ambiente e áreas rurais e com a população local que é a principal detentora dos usos, costumes e tradições.
Este desfrute e conhecimento converteu-se no objectivo mais apreciado pelo turista que pratica este turismo tão específico e que é atraído por formas de vida, infelizmente, já desaparecidas na maioria das nossas sociedades, que hoje passaram a ser contempladas com nostalgia e um certo romantismo fruto das carências que as caracterizam.
Os projectos de cariz cultural devem contemplar à priori vários aspectos de extrema importância, tais como a contratação de equipas especializadas e interdisciplinares, a investigação sobre a realidade e envolvente social, cultural e comunitária, a necessidade de articulação entre os diversos projectos, a definição de objectivos, os custos adicionais de manutenção e o orçamento anual necessário para o seu pleno funcionamento.
Aos aspectos explanados anteriormente deve-se juntar o mais importante neste tipo de projectos; o envolvimento directo da população local, detentora do saber fazer e principal gestora e fruidora do seu património cultural, para que o desenvolvimento que daí advir seja um desenvolvimento sustentável.
Envolver directamente a população local implica a educação da mesma, ou seja, o faze-la perceber que o conhecimento secular que detêm, o território que usufrui e trabalha, a casa que habita, os utensílios que utiliza, as datas que festeja são importantes e únicas. Por tudo isso deve sentir orgulho de saber o que sabe, viver onde vive, fazer o que faz e festejar o que festeja.
No caso particular do nosso concelho e da nossa freguesia, temos um património natural e edificado que ainda não sabemos potenciar.
Tenho esperança, que associações e grupos de cidadãos que se estão a interessar pelo assunto, como o caso do Indigente a ACI e a APRDÃO, venham a desenvolver o turismo cultural na nossa região.
Continue lendo >>