segunda-feira, 23 de novembro de 2009

No Coração do Dão

Paço dos Cunhas de Santar – Largo do Paço, Santar, tel. 232 945 452/ 965 667 899.
Cozinha de autor com base nos produtos regionais. Excelente garrafeira. Preço médio: €35



Em terras de Santar
Na pitoresca e vizinha povoação de Santar são outros os ambientes que nos acolhem – sofisticados –, mas igualmente ligados aos prazeres do palato. Dirigimo-nos ao Paço dos Cunhas de Santar, recuperado o ano passado pela Dão Sul e eleito “Enoturismo do Ano 2008”. Trata-se de um belo edifício setecentista que alberga um restaurante, loja de vinhos e winebar. É rodeado por jardins e pela senhorial Casa do Soito, que integra, ainda, 25 hectares de vinha, hortas, pomares e zona arbustiva. Nela se pretende fazer surgir um hotel de charme, condicente com o edifício já restaurado pelo arquitecto Pedro Mateus, com atelier no Porto, que realizou um notável trabalho de reabilitação desta estrutura, erguida à imagem do estilo renascentista italiano.
Apesar do peso da pedra e dos anos, a sensação é a de que se está num edifício contemporâneo – o que, em parte, é verdade, já que o interior foi concebido de raiz, com excepção do lagar. Essa dependência é agora uma sala destinada a encontros de empresas ou refeições para grupos até 120 pessoas ou workshops e provas de vinhos (aconselha-se marcação prévia).



Refira-se que a vizinha e mítica Casa de Santar, solar dos séculos XVII e XVIII, propriedade da condessa D. Tereza de Lencastre de Mello, há 15 gerações na família, está envolvida neste projecto de enoturismo, pelo que o espaço da adega, capela, cozinha velha, sala dos coches e jardins podem ser visitados. Trata-se de uma excelente forma para abrir o apetite, já que no Paço os jovens chefs Luís Almeida e Diogo Rocha, de 22 e 25 anos, respectivamente, nos irão provar porque são já uma referência na região. Propõem cozinha de autor com produtos tradicionais e pratos tão originais quanto peito de codorniz, trufa laminada e telha de cenoura, trouxa de mariscos acompanhada de creme de abóbora, emulsão de coentros e alho francês ou enrolado de polvo com legumes frescos salteados (a carta varia sazonalmente). Quanto às sobremesas, desde o creme de arroz-doce, com semifrio de canela e estaladiço de limão ao pão-de-ló, com sorvete de citrinos e hortelã, todas as escolhas são acertadas. Só tem um senão… deixam algum peso na consciência (pelo menos).



In "Revista: Rotas & Destinos" / Canas em Peso

3 comentários:

Unknown 23 de novembro de 2009 às 15:26  

Caro Bloguista Tiago Sampaio,

As novidades que me dá!
O tanto que me surpreende e espanta!
Fala-nos de um Santar que nem consigo imaginar, visualizar e sou-lhe grato por tanta partilha e instrução.Teria tanto para lhe perguntar sobre este novo Santar que começo a temer não ser de facto aquele que julgo ser, tal é a diferença de representações e constatações mas receio maçar-vos com toda esta minha ânsia e agitação de quem à força quer preencher vazios de informação e de companhia.
Infelizmente, comprometimentos inesperados vão impedir-me de que durante uns dias acompanhe esta Vossa página. Não entendam por favor esta minha ausência como uma desatenção. Será antes um resfolegar para regressar a Vós com mais alento e rectidão de pensamento.
Até lá, deixo os meus cumprimentos.
O Amigo, Delfim

Unknown 23 de novembro de 2009 às 15:42  

De ímpeto depreendi que todas estas novidades com que me presenteia trouxeram uma outra noticia que se antecipa menos agradável. Pergunto-lhe então Caro Bloguista Sampaio que é feito do Senhor Doutor Francisco de Amaral. Terá este bom Homem, lutador da Esquerda Nacional cedido às pressões capitalistas? E ao fazê-lo foi por necessidade ou convicção? Ou terá meu Caro Amigo algo de outra dureza para me relatar?
Receio não querer nem poder ficar aqui à aguardar as Vossas respostas. Voltarei dentro de dias para me confrontar com todas estas realidades.
Mais uma vez os meus cumprimentos, menos felizes porém
do Amigo, Delfim

Unknown 1 de dezembro de 2009 às 17:34  

Caros Bloguistas,

Regresso ansioso por informações mas reparo, e tal como receava que me deixam sem respostas. Porventura serão essas informações de uma dureza tal que se escusam a prestá-las por aqui?
Depreendo que a minha curiosidade Vos maça e por essa razão apresento as minhas desculpas.
Entendam e perdoem esta ansiedade de quem longe e saudoso busca instrução de uma terra que há muito deixou.
Os meus melhores Cumprimentos,
Delfim Marques

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