domingo, 7 de junho de 2009

Consciência Verde

O NOSSO MEIO AMBIENTE

Quando falamos em "nosso meio ambiente" é importante perceber o sentido da palavra "nosso" dentro de um diferente contexto. O sentido da palavra "nosso" não se refere a algo que nos pertence, como propriedade, como algum objecto sobre o qual temos posse. Falar em "nosso ambiente" diz respeito à "nossa forma de vida" como um todo.
Quando falamos em "nosso meio ambiente" estamos a falar da nossa vida, no seu amplo contexto e tudo o que a ela se relaciona. Estamos incluídos neste meio ambiente, pois ele perpassa – nos e somos parte dele.
Quando falamos que no meio ambiente encontramos tudo o que precisamos para viver, estamos a falar das nossas necessidades vitais, pois sem ambiente não é possível existir vida.
Portanto, quando falamos no "nosso ambiente" devemos perceber que dele fazemos parte e que o que acontece com o meio ambiente acontece connosco. É como falar no "nosso grupo", "nosso trabalho", "nosso corpo", "nosso universo", como algo do qual fazemos parte e não de algo do qual somos donos ou temos domínio.
Vivemos num ambiente sócio – político – económico - cultural que nos coloca numa posição privilegiada e separada do ambiente natural. Alguns discursos apresentam, na sua essência, que os recursos naturais existem exclusivamente para nos servir e que deles podemos fazer uso para o nosso próprio benefício, sem levar em conta a implicação disto para o meio ambiente. Esta cultura consumista, progressista, dissocia e distancia o ser humano da natureza e do meio ambiente colocando-o sempre no topo, num pedestal. Somos "endeusados" por nós mesmos.
É chegada a hora de perceber que tudo está relacionado entre si. É preciso destronar o ser humano como "rei" do universo. Somos nada, absolutamente nada,sem árvores, sem vegetação(...), sem o nosso meio ambiente, por isso devemos preservar e não destruir.

8 comentários:

CT,  8 de junho de 2009 às 18:58  

A ÁGUA

Redacção pedida a uma menina, pela sua professora sobre a água (há 60 anos atrás)


Este artigo sobre a natureza e o ambiente que se deseja verde, e que com tanta veemência é defendido pela Elsa, indigente sensata e responsável, porque é ser humano, porque tem filhos, terá, com certeza, netos por isso se preocupa tanto com o estado em que se tem vindo a transformar a habitat do homem.

Mas ao ler o grito de alma desta indigente, veio-me à memória o tempo que que eu, pessoa já muito entrada na senda da velhice, frequentava a 3ª. classe da escola primária em Santar. Era então, se bem me lembro, minha mestre a Senhora D. Dores Mascarenhas.

Pessoa austera, infundia, além do respeito também muito medo. Nós crianças tentavamos cumprir o melhor que podiamos e sabiamos tudo quanto por tal Senhora era ordenado.

Um dia, marcou-nos para trabalhos de casa a feitura de uma redacção cujo tema era a água.

O que é que uma criança poderia saber sobre a água? as consequências que a sua falta poderia acarretar? A tarefa adivinhava-se deveras dífícil. Em casa sentada num banquinho à lareira, eu olhava para o caderno, dava tratos à minha pobre imaginação, mas nada saía de préstimo sobre o tema água!... Comecei a chorar. Não podia pedir ajuda a ninguém porque lá em casa ninguém sabia ler. Mas a minha salvação estava ali, exactamente em alguém que não sabia ler, mas cuja imaginação e sabedoria que a vida lhe havia dado de presente iria dar-me o seu saber: Meu querido Paí, homem analfabeto mas de grande saber e valentia. E então pergunta-me meu Pai? porque chorava eu? Explicada a razão, o Meu Pai foi da maior clareza que me foi dado ouvir até hoje: Ajudou-me a fazer a redacção sobre a água. Não vou citar aqui tudo o que o meu querido Pai me mandou escrever ditado por ele, correria o risco de tornar-me fastidiosa, mas que belo foi escrever sobre a água e a riqueza que ela encerra!... Em meia dúzia de palavras, ditou-me a mais bela redacção que naquela sala de aulas entrou, exaltou-me as qualidades da água, as propriedades que existem na água, o respeito que deveríamos ter por este precioso líquido, que não podiamos desperdiçar a água, porque sem ela não haveria natureza, não existiria vida, em suma, a água era (é) o elixir da vida a vida saudável que todo o ser humano necessita.

Esta premissa tão simples acicatou a minha percepção de como devemos respeitar a natureza, a natureza que não é apenas verde, pode ser de muitas cores, até cor de rosa, é essa a cor que deveremos dar à nossa vida, mas para obtermos esse tom rosa vamos ter que fazer pela natureza todos os pedidos que ela nos faz: Vamos limpar a natureza de tudo quanto a ela é nocivo vamos dar-lhe o verde que é a cor que ela mais preza, em troca verão ela dar-nos-á de presente e aos nossos netos, filhos e todos os seres vindouros, a cor e a vida que nós humanos mais gostamos de possuir: Um Mundo cor de rosa

Um abraço Elsa

Elsa Loureiro,  8 de junho de 2009 às 23:02  

Olá caríssima CT.
Velha amiga, aliás mais amiga do que velha, parece que me anda a ler os pensamentos esse bem precioso que é a água iria ser abordado a seguir. Pois a água foi desde sempre, um factor determinante no estabelecimento da vida em geral e das populações humanas em particular. A nossa população ou melhor o nosso conselho está de facto bem localizado a este nível, entre dois vales, onde cada vez mais, de vagar devagarinho, corre o Mondego e o Dão que por conseguinte é seu afluente, temos também vários nascentes termais muito úteis para fins terapêuticos. No entanto para gerirmos, de uma forma sustentável a água doce de que dispomos precisamos de conhecer melhor e não esquecer, alguns aspectos fundamentais acerca deste precioso recurso.
A água tem um inegável valor ecológico e é um factor determinante na produção industrial e agrícola, actividade da qual ainda depende grande parte da nossa população. As plantas não sobrevivem sem águia e sem ela os ecossistemas entram em colapso. A água é o meio onde todos os processos vitais ocorrem, os seres humanos podem sobreviver meses sem comer mas apenas 3 a 4 dias sem beber, já vimos pessoas a fazerem greve de fome, mas de sede nunca.
Dependemos completamente da água, no Século XX, aumentamos continuamente a utilização de água, de tal maneira que por exemplo na agricultura no ano 2000 o consumo foi 6 vezes maior do que em 1900. Com o crescimento demográfico actual prevê-se que o consumo de água doce duplique em cada 21 anos, por estas e outras razões, temos que saber geri-la muito bem, pois é um precioso recurso.

CT,  9 de junho de 2009 às 15:22  

Obrigada por me considerares indigente amiga, mais amiga do que velha, eu compreendo que assim fales porque pensas que caminhas a passos largos para a minha linda situação. Linda, pois, porque todas as idades são lindas, basta ,como tu vens dizendo nos teus posts, nós tenhamos respeito pela natureza, não é preciso falar só da natureza verde ou só da água, ou do amor fraterno que todos devemos devotar uns aos outros.
Eu descendo de uma família humilde, mas muito tradicionalista, respeitadora dos espaços a que todos nós temos direito como seres humanos que somos.

No entanto, porque somos seres humanos, sofremos, como é óbvio, dos males que os pobres seres humanos, todos eles sem excepção, sofrem: igoísmo, egocentrismo, convencimento de que o meu eu é o melhor que o de todo os outros seres, etc, etc,. Tu sabes isso melhor do que, porque tens outros conhecimentos, porque és jovem, porque tens outra concepção da vida que nos rege.

Uma coisa, porém, nós sabemos, ninguém por muito culto ou letrado que seja, não passa de um ser humano que necessita de viver com qualidade de vida.

Desculta ter-te roubado o assunto que a seguir ao ambiente iria ser a água, mas nada ficou perdido, porque tudo quanto poderias dizer, disseste-o neste post, porque faz parte da natureza, porque é tema sempre actual, porque não pudemos fugir ou ignorar temas tão importantes como estes, para bem dos teus filhos, dos meus netos e teus netos para bem de todo o planeta, numa palavra: do homem e de tudo quanto ele necessita para viver feliz e em paz nesta terra que vem sendo tão maltratada.

Abraço CT

Condessa das Fontanheiras,  11 de junho de 2009 às 21:31  

Isto é que está aqui uma amizade ... Gosto, sim senhor!
Cumprimentos da realeza, (CONSCIÊNCIA verde).

CT,  12 de junho de 2009 às 09:23  

Vossa Mercê é sempre de uma grande elegância nos seus cumprimentos, pudera nem de outra forma poderia ser vindo de quem vem tal cumprimento.

Nós estamos sempre abertos ao bom convívio e contamos sempre com a realeza das Fontanheiras.

A seus pés

CT

Condessa das Fontanheiras,  14 de junho de 2009 às 13:17  

É do meu contentamento estas amizades...
Perante o respeito que me tem qualquer dia concedo-lhe um título. Continue!
Cumprimentos da Realeza

CT,  14 de junho de 2009 às 13:26  

Não se esqueça ossa Mercê, do que aqui prometeu. Ficarei a aguardar a distinção que a Vossa sempre reconhecida bondade, pretendeu concer a tal serva sem valor.

A Vossos pés

CT

Anónimo,  14 de junho de 2009 às 22:49  

Elsa,

interessante a sua preocupação ambiental. Tem toda a razão quando fala do egocentrismo. Já percebi que os seus conhecimentos a levam a considerar a água como o "ouro do século XXI". Mas este post fala do ambiente - biosfera, espaço, meio onde vivemos e interagimos.

Se me permite, dou-lhe os parabéns pelos textos que tem colocado aqui, neste espaço de promoção da Vila de Santar.

Abraço,

P

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