quarta-feira, 3 de junho de 2009

Pensamento;

O Futuro de Portugal

O que calculo que seja o futuro da raça Portuguesa? - O quinto império. O futuro de Portugal - que não calculo, mas sei - está escrito já, para quem saiba lê-lo, nas trovas de Bandarra, e também nas quadras de Nostredamus. Esse futuro é sermos tudo. Quem, que seja Português, pode viver a estreiteza estéril do catolicismo, quando fora dele há que viver todos os Protestantismos, todos credos Orientais, todos os Pagaísmos mortos e vivos, fundindo-os no Pagaísmo Superior? Não queiramos que fora de nós fique um único Deus! Absorvamos os Deuses todos! Conquistamos já o Mar: resta que conquistemos o Céu, ficando a terra para os outros, os eternamente outros, os outros de nascença, os europeus que não são os Portugueses. Ser tudo, de todas as maneiras, que a verdade não pode estar em faltar ainda alguma cousa! Criemos assim o Pagaísmo Superior, o Politeísmo Supremo! Na eterna mentira de todos os Deuses, só os Deuses todos são verdade.

(Fernando Pessoa, in "Portugal entre Passado e Futuro")

3 comentários:

CT,  4 de junho de 2009 às 16:37  

A Ciência a dar razão aos poetas

A nossa época está presenciando fenómenos bastante singulare. Enquanto por um lado, e tão perto de nós, vemos o espectáculo desolador dum inglório e já fastidioso certame entre os nossos literários, contenda desapiedada e nem sempre correcta, onde as reputações saem enxovalhadas, feridas de morte pela dureza de quem tem o metier de fazer a crítica sobre determinada obra e um qualquer escritor.

Fernando Pessoa não foi, de forma alguma, um qualquer escritor e, não conhecendo a sua obra, por mim, ele sairá incólume de qualquer crítica que pudesse ser objecto. Como todos nós sabemos, ninguém pode comentar assuntos que desconhece.

No entanto pelo que acima me foi dado ler, só a uma conclusão me é dado chegar: se não é A então será B!... "Verdade de La Palisse".

Mas como também não gosto de deixar as coisas a meio, venho comentar outra obra e outro autor que não sendo escritor, mas sim militar, não quis deixar o seu nome esquecido, pelo menos no que toca a literatura, porque se fora para ficar na história, não precisaria de se meter nas difíceis lides da escrita. Refiro-me, obviamente, ao Marechal Spínola. Escreveu uma obra com titulo inverso ao do FP.(O futuro de Portugal, FP=, o outro (Portugal do futuro Marechal Spínola), Por via dessa obra o Marechal, dizem, levou Portugal à descolonização.

Aí eu teria uma palavra a dizer. Conheci pessoalmente o Marechal e sua família, vivi de muito perto a época em que o Portugal do Futuro foi elaborado, sei de fonte segura, que tudo quanto tem sido dito a esse rspeito nada tem a ver com a sucessão de factos que entretanto se vierem a verificar, mas como é de calcular não será, de forma nenhuma o local certo para falar no que vi e sei a esse respeito.

Não quero distanciar-me do comentário que é solicitado a quem lê o artigo de FP, e se me desviei do mesmo foi apenas por analogia dos títulos. Assim, se num eu disse que "se não é A então é B" Verdade de La Palisse , no outro direi que foi apenas um devaneio e a forma de ficar também na história como escritor.

Portugal do passado, não é tão diferente assim do Portugal do Futuro, e quando digo que não é muito diferente digo-o no sentido de que Portugal, é e será sempre dependente do exterior. Contetamo-nos a ser Europeus, viver numa globalização, termos a mesma moeda. è disso que temos que viver no PORTUGAL DO FUTURO, ou no FUTURO DE PORTUGAL

Nada do que se diz no texto acima e relativo a religiões considero que era apenas um estado de alma do autor, sempre muito cinzento.

Titá 4 de junho de 2009 às 23:29  

Eu adoro Fernando Pessoa, mas admito que era um pensador, poeta melancólico, pessimista. Há, no entanto, momentos em que neste texto quase derrotista, consigo encontrar alguma razão.

Anónimo,  14 de junho de 2009 às 20:13  

Carlos

em tempos que já lá vão, fomos coleguinhas de escola.

Tenho para vocês uma proposta engraçada sobre esta matéria.
É um movimento muito interessante.

Vou enviar por email.

P

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